Respirar – Nosso primeiro e último ato durante nossa existência terrena

Por Sandra Carvalho

Tão simples, automático e inerente à vida que sequer lembramos que para estarmos vivos é preciso que continuamente o ar entre e saia de nossos pulmões. Neste movimento contínuo e imperceptível, levamos os nossos dias, sem prestar atenção à nossa respiração.

E em tempos de enfermidades que, por alguma razão, descontrolam este mecanismo tão perfeito de entrar e sair o ar, compreendemos o quanto é importante o oxigênio em nosso corpo.

Seja por uma patologia respiratória, uma sequela de doenças pulmonares ou mesmo por ansiedade, torna-se fundamental procurarmos práticas que melhorem nosso condicionamento e nossa atenção para a nossa respiração.

O papel do SNA na respiração

Através da respiração conseguimos relaxar profundamente, resultando na dissipação de sensações negativas e conseguindo assim ressignificar dores e padrões indesejados. Isto ocorre porque o nosso Sistema Nervoso Autônomo (SNA) regula muitas funções corporais que não estão sob controle consciente, como a respiração.

O SNA divide-se em dois ramos: o simpático, que é o responsável pela nossa resposta de “luta ou fuga” e o parassimpático, que nos traz a resposta de “descanso e digestão” do corpo. A duração, o ritmo e até mesmo a profundidade da nossa respiração podem ativar um dos ramos do SNA.

Respirações lentas e profundas ativam o parassimpático,  diminuindo a frequência cardíaca, a pressão arterial e os níveis de estresse, pois estimulam o nervo vago,  enquanto a respiração mais rápida e superficial ativa o simpático, levando a padrões opostos.

Na era pós pandemia de COVID-19, são vários os estudos científicos que apontam a necessidade de exercícios respiratórios para melhora de sequelas de doenças aonde os pulmões e o condicionamento físico são atingidos.

Outros afirmam que para controle do estresse e da ansiedade ocasionados pelo impacto psicológico e emocional resultantes da pandemia é imprescindível realizar práticas respiratórias de mindfullness. Elas promovem o bem-estar geral, melhoram a função imunológica e reduzem o desenvolvimento de sintomas patológicos.

A meditação e métodos consagrados como a yoga e o pilates têm como um dos seus princípios a respiração. Assim também é o Move Flow.  Movimentos com a respiração focada nas bolinhas, de forma consciente, mas sem imposição, que chamam para o momento presente, melhorando a propriocepção, que é a nossa percepção do corpo no espaço, e a interocepção, que é como se sente o que se está percebendo, são perfeitos para a ativação do parassimpático.

Experimentar diariamente fazer uma prática de Move Flow, seja para começar ou finalizar o dia, ou ainda para aquela pausa necessária, quando (literalmente) se precisa oxigenar as ideias, é prazeroso e salutar. Autocuidado diário é fundamental para melhor qualidade de vida e longevidade. Respire melhor e viva melhor!