Tensegridade e Biotensegridade: A Base do Trabalho com a Fáscia

Quem acompanha os conteúdos do Move Flow nas redes sociais certamente já nos ouviu falar sobre os termos tensegridade e biotensegridade. Porém, por serem temas tão relevantes para o estudo e compreensão da fáscia, preparamos este artigo para responder as principais dúvidas sobre o assunto. Então, continue a leitura.

O que é tensegridade?

Tensegridade é um termo que deriva da expressão “integridade da tensão”, criada pelo designer  R. Buckminster Fuller. Esse conceito tem como fundamento a ideia de, mesmo sem ter um eixo central, é possível manter a estabilidade da estrutura quando existe equilíbrio de tensão e compressão.

Ou seja, a tensegridade trouxe um princípio em que a forma de uma estrutura é garantida pelas tensões que existem dentro dela. Alguns exemplos de arquiteturas que mostram essa tensegridade é a Spaceship Earth, a famosa “bola” do parque temático Epcot da Disney, e a Neddle Tower, localizada em Washington, nos Estados Unidos.

Portanto, tensegridade é o equilíbrio entre a tensão elástica de um tecido e a integridade de sua estrutura, onde há heterarquia entre forças externas e internas, com baixo gasto energético.

Nesse conceito, os ossos são vistos como “espaçadores”, empurrando para fora o tecido mole, de modo que o tônus da miofáscia de tensão seja determinante para o equilíbrio da estrutura.

O conceito de biotensegridade

Foi observando a arquitetura da Needle Tower, que utiliza a técnica de tensegridade de Fuller, que o Dr. Stephen Levin, conhecido como o “Pai da Biotensegridade”, começou a questionar a biomecânica humana, entendendo que tudo que conhecíamos por anatomia estava errado.

A partir desse questionamento, Dr. Stephen Levin chegou ao conceito de biotensegridade.

O termo “biotensegridade” deriva da ideia de VIDA (BIO) e TENSÃO E COMPRESSÃO EQUILIBRADA (TENSEGRIDADE). Neste conceito, os ossos são os membros de compressão e a miofáscia o “mar” de tensão, ou seja, há uma relação de tensegridade.

Do micro ao macro, há tensegridade para que todos os sistemas vivam em harmonia. Nosso corpo está interligado pela fáscia, formando uma estrutura tridimensional. Resumindo, precisamos da tensegridade pra estar de pé e usar a gravidade a nosso favor.

O sistema músculo-esquelético é uma sinergia de músculos, tecidos e ossos. Enquanto músculos e tecidos (miofáscia) promovem a tração contínua, os ossos fornecem a compressão descontínua, causando um equilíbrio mútuo.

Dessa forma, percebemos que tração e compressão são partes fundamentais para manter a estabilidade e a mobilidade do corpo. Por outro lado, o aumento de tensão em uma região reflete-se em todo o corpo

Biotensegridade x Biomecânica Tradicional

Não existe certo ou errado. Precisamos da biomecânica pra entender a biotensegridade. Porém, ficamos muito tempo olhando apenas para a biomecânica tradicional, sem pensar na união dessas peças, sem analisar o que dava essa “liga” ao corpo, o que sabemos agora que é a biotensegridade. Entre as principais diferenças, estão:

movimento integrado movimento isolado
movimento multidireções, não linear segmentado e linear
recoljimento e expansão concêntrico e excêntrico
sinergia entre os músculos agonista e antagonista
estabilidade dinâmica apenas estável
economiza energia gasta energia
transmissão de força contração isolada
sem alavanca com alavanca
heterarquia  hierarquia
biointeligência corpo máquina
interdependência individualidade

 

Biotensegridade no Move Flow

O Move Flow promove o estímulo da fáscia e trabalha a biotensegridade através dos trllhos anatômicos sugeridos por Thomas Myers, que são uma espécie de teia que percorre todo o nosso corpo, de forma contínua e integral.

Esse conceito foi desenvolvido por Thomas Myers para esquematizar as continuidades miofasciais, que são a fáscia e os músculos. Em seus estudos, Thomas definiu um mapa corporal com 12 meridianos miofasciais, aos quais chamos de trilhos anatômicos.

Quando compreendemos os trilhos anatômicos, entendemos os padrões de todo o corpo, como, por exemplo, o fato de problemas dolorosos presentes em uma área do corpo estarem conectados a outra área totalmente silenciosa, pois há uma transferência dessa dor.

Assim, o Move Flow trabalha a fáscia a partir desses trilhos, proporcionando uma abordagem integrativa ao movimento. As músicas, as bolinhas, a comunicação assertiva, a condução pelas extremidades e o flow fornecem o ambiente necessário para movimentos funcionais e orgãnicos, que são os preceitos da Biotensegridade.

E então, fez sentido o conceito de biotensegridade e tensegridade? Caso ainda tenha dúvidas, siga o Move Flow no Instagram (@move.flow). Você encontrará muitos conteúdos e lives explicando tudo sobre o assunto.